domingo, 27 de julho de 2008

Novos tempos!


A minha geração inventou o "ficar" e admite tranquilamente sexo sem compromisso. Diferente da minha mãe, eu não preciso namorar pra beijar na boca, nem casar pra deixar de ser virgem e, se aos 14 eu me sentir em vantagem, hoje eu começo a admirar aqueles tempos. Para onde foi o romantismo, o amor verdadeiro, as flores, as declarações? O que aconteceu com a intimidade, com o respeito e a confiança? Será que ninguém mais acredita na felicidade calma das terças feiras chuvosas, na alegria constante de se querer quem se tem? A verdade é que eu cansei dessas competições infames de "quem demora mais pra responder o telefonema", chega desse teatro infantil do "vou fingir que eu não vi". O amor é um jogo esquisito, em que só se ganha quando dá empate. Não quero sair por cima, muito menos sair por baixo, o que eu quero é sair ao lado; e de mãozinha dada, se for possível. O consumismo nos induz a um estado de insatisfação permanente, que aplaude o digital e o descartável e abomina tudo o que é eterno e trabalhoso. Talvez seja por isso que a idéia de amar assuste tanto: a concepção de um sentimento duradouro e complicado contraria os valores vigentes, tornando-nos confusos e vulneráveis. É fácil conquistar uma menina por uma noite, é fácil ser atraído por um decote, difícil é querer estar com ela o tempo todo, difícil é não ter medo de ser feliz! Eu posso parecer atrasada e até meio cafona, simplesmente não tenho outra opção. Enquanto a internet não disponibiliza uma versão melhor, eu fico com esse meu coração de sempre, que já não acredita em romances express, nem se contenta com amostras grátis de amor! :D

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