quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Ele é só um cara...

É só um cara. Não seu oxigênio. Não o "denso lago de mistérios gazosos onde você mergulhou e ainda não submergiu". Nem o "sustentáculo de todos os ossos de seu corpo", tão pouco "o mármore onde está gravada a suprema razão de sua existência". É só um cara. E quer mesmo saber? É um cara como todos os outros caras. Esse que te perguntou as horas no meio da rua – podia ter sido ele e você nem ligou. O mendigo, o ginecologista, o padre, o dealer. Ele estava ali o tempo todo. E ele não estava. Ele é só um deles. Vários. Uma legião. E ninguém. É só um cara. E não a sua vida. E não todos os dias da sua história. E não todas as suas lágrimas juntas em um único sábado solitário. Ele não é o destino. É um cara. Existem muitos destinos. Ele é só um cara que mal sabe escolher os próprios perfumes. Não sabe sangrar. Não sabe que nome daria a um filho. Não pode ficar mais tempo. Ele é só um cara perdido como muitos outros caras que você encontrou. E perdeu. Ele é só um cara. E você já esqueceu outros caras antes!
PS: Pra vc amiga! (quem é, sabe).

Um comentário:

Beatrix disse...

Adorei...queria ter ouvido isso das minhas amigas quando as cosias ficaram tensas por aqui..=/


bjoksa.